Literacia em Saúde
O que é?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a literacia em saúde é o conjunto de "competências cognitivas e sociais e a capacidade dos indivíduos para ganharem acesso a compreender e a usar informação de forma que promovam e mantenham boa saúde".
Na sua prática diária, o Farmacêutico encontra-se numa posição privilegiada para promover a literacia em saúde junto da população. Através do contacto direto, frequente e acessível com os utentes, este Profissional de Saúde contribui para esclarecer dúvidas, corrigir mitos e promover comportamentos responsáveis relativamente ao uso de medicamentos e à prevenção de doenças.
Papel do Farmacêutico na Literacia em Saúde

Explicação clara das indicações, dosagens e possíveis efeitos adversos dos medicamentos prescritos ou adquiridos sem receita médica.

Incentivo à adesão à terapêutica e à automonitorização, especialmente em doenças crónicas como a diabetes e a hipertensão.

Educação sobre sinais de alerta que justificam a procura de cuidados médicos.

Promoção de hábitos de vida saudáveis, como deixar de fumar, alimentação equilibrada e prática regular de atividade física.

Educação sobre o uso correto de dispositivos médicos, como medidores de glicémia, aparelhos de tensão arterial ou inaladores.

Orientação quanto à correta conservação da medicação, garantindo a eficácia e segurança dos tratamentos.
Mito ou Verdade?
1. "Se é natural, não tem efeitos secundários."
Mito: Produtos naturais também podem causar efeitos adversos ou interagir com medicamentos. "Natural" não é sinónimo de "inofensivo".
2. "Se me senti melhor, posso parar de tomar o antibiótico."
Mito: O antibiótico deve ser tomado até ao fim do período prescrito, mesmo que os sintomas desapareçam, para evitar resistências bacterianas.
3. "Não posso tomar o mesmo medicamento que o meu familiar tomou para o mesmo sintoma."
Verdade: Medicamentos devem ser sempre individualizados. A mesma queixa pode ter causas diferentes e exigir tratamentos distintos.
4. "Quanto mais forte o medicamento, melhor e mais rápido faz efeito."
Verdade: A eficácia depende da adequação ao problema de saúde, e não da "força". Doses mais altas podem causar mais riscos sem mais benefícios.